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Íntegras: Gran Turismo 4 (Retroview, PS2) [D&T PlayStation 116, 09/2008]

Posted by Fabão em 5 setembro, 2008

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Gran Turismo 4

Quase quatro anos e uma geração depois, GT4 continua a ser o jogo de corrida mais completo do mercado

P

Apenas um dos 50 modelos de Skyline 😛

Sistema: PlayStation 2
Produção: SCEA
Desenvolvimento: Polyphony Digital
Lançamento: 18 de dezembro de 2004 (Japão)
Mais: http://www.us.playstation.com/GranTurismo4/

Numa figura de linguagem bem apropriada para sua natureza, se Gran Turismo fosse um automóvel, ele seria um muscle car dos anos 1970. Ele almeja potência, geralmente em detrimento de outros aspectos, e não há episódio que ilustre melhor este símile que GT4. A obra máxima do obcecado Kazunori Yamauchi e sua equipe Polyphony Digital realizou proezas que não foram igualadas pelos muitos jogos excelentes que o sucederam, mesmo nos consoles da nova geração. Ao mesmo tempo, possui calcanhares-de-aquiles que outros títulos muito menos competentes superaram. Mas é justamente essa mistura que define sua personalidade forte e sua relação de amor e ódio com os amantes do automobilismo digital.

(Continue lendo após o “salto)

Legado cumulativo

Cada iteração de Gran Turismo é uma superposição de camadas em que novos recursos se somam aos oferecimentos do jogo anterior – se nem sempre em volume, como de GT2 para GT3, ao menos em possibilidades e tecnologia. O terceiro jogo já havia tido o mérito de transportar a franquia uma geração adiante. GT4 foi a consolidação da série no PlayStation 2 e, de certa forma, do próprio console. Por mais que depois dele tenha havido outros milagres de hardware como Shadow of the Colossus, Final Fantasy XII e God of War II, nenhum outro primou tanto pelo fotorrealismo e nem foi capaz de dar saída em 1080i de resolução. Igualmente, jogo algum pareceu tão grande dentro das limitações do padrão sonoro Dolby Pro-Logic II.

E com um ciclo de quatro anos após a finalização de GT3, a equipe pôde amontoar o volume que tanta falta fez à estréia da série no PS2. O acervo de 750 veículos cobre 116 anos de história dos automóveis (e ainda ousa imaginar um bólido de 2022) e representa 80 fabricantes do mundo todo. Pistas são mais de 50 entre autódromos reais, circuitos de rua, traçados originais, pistas de rali e de testes. Entre elas, duas sobressaem-se: o Circuit de la Sarthe, cenário das 24 Horas de Le Mans, e a lendária Nürburgring Nordschleife, na sua configuração de 20,83 km de extensão.

A variedade proporcionada é rivalizada por poucos. Queira você cortar o ar com um supercarro como o Nissan R89C, ou levantar poeira no Grand Canyon a bordo de um Toyota Celica, ou simplesmente passear pelas ruas de Mônaco em seu Vectra, GT4 tem o carro e o cenário ideais para você.

O caráter de simulador é levado às últimas conseqüências. O modelo de física complexo é o mínimo que se espera de um GT. O jogo, claro, vai além: suas pistas foram recriadas com precisão milimétrica através de dados topográficos reais e com texturas reproduzidas a partir de fotos. Mais: cada metro de superfície foi simulado, com ondulações traduzidas em vibrações no controle. Melhor: inspirou a fabricação do volante mais avançado de então, o Driving Force Pro da Logitech, ainda hoje um dos melhores disponíveis no mercado.

E não somente o necessário é superlativo em GT4, como também a dedicação ao supérfluo. Pouquíssimas pessoas no mundo desfrutaram do suporte a tela de jogo com seis monitores, por exemplo. Ou puderam montar uma LAN party com seis consoles interconectados. Ou imprimiram seus retratos do Photo Mode em uma impressora Epson conectada diretamente à entrada USB do PS2. Mas as opções estão lá para quem puder usufruir delas.

Imperfeições tradicionais

Ainda não foi no quarto jogo, porém, que a visão de Kazunori Yamauchi se realizou por completo. O prometido componente online foi cortado da versão final e só veio se materializar em GT5 Prologue, já no PS3 (embora posteriormente tenha sido lançada no Japão uma versão de testes limitadíssima chamada GT4 Online Test Version). Também a modelagem de danos teve de esperar pela posteridade, assim como o sonho de controlar Ferraris (já remediado em GT5P), Porsches (de verdade, não RUFs) e Lamborghinis.

A falha mais criticada, porém, é a quase nulidade de inteligência artificial. Em corridas contra o computador, os adversários fazem pouco mais que seguir uma linha pré-estabelecida, como se corressem em trilhos. Não há um comportamento adaptativo, estratégia dinâmica ou traços de direção agressiva ou defensiva.

Questão de identidade

GT4 tem um blend único de máculas e primores. Nas entrelinhas deste balanço está a certeza de que, nas boas criações, nada é efeito do acaso. Aqui, qualidades e defeitos decorrem do fato de que, mais do que um simulador de corridas, GT é espelho de um estilo de vida. GT é sobre você, o carro e a pista. Adversários, a própria competição, são meras conseqüências.

A Polyphony Digital deliberou concentrar-se em fazer determinadas coisas direito, e não outras. Se acaso escolhesse a generalidade em vez de a especialidade, provavelmente não seria o muscle car que conhecemos. Não teria sido… Gran Turismo.

8 Respostas to “Íntegras: Gran Turismo 4 (Retroview, PS2) [D&T PlayStation 116, 09/2008]”

  1. Maiquinho said

    excelente texto fabão

    de fato, gran turismo sempre foi, como bem disse, “sobre você, o carro e a pista”. nenhum burnout, forza, need for speed e nem outros ótimos games de corrida conseguem traduzir tão bem esses três elementos, que são a própria razão da existência de simuladores de automobilismo: “você, o carro e a pista”.

  2. Eu sempre tive uma certa bronca com Gran Turismo. Não consigo me dedicar a eles como o jogo exige… acho que a falta de uma sensação de que estou avançando me impede de continuar, pois desde que comecei a jogar Forza Motorsport 2, não parei.

  3. brunobelo said

    Eu tenho uma bronca grande de Gran Turismo, basicamente desde sempre. Acho que é a lentidão dele que me incomoda, sei lá. Agora quanto a jogo de corrida bom de verdade? Pegue um simulador de PC chamado rFactor. É o melhor em todos os aspectos. Tá, talvez os gráficos sejam menos favorecidos, mas o resto é bom demais! 😀

  4. brunobelo said

    Lembrei o pq eu não gosto! Não amassa. Não tem sentido o jogo se entitular um SIMULADOR se os carros não amassam! 😀

  5. Olá, Fábio.

    Gostei muito dessa sua abordagem sobre Gran Turismo. Aliás, eu sempre gostei de seus textos, desde a época da Gamers, e o que gosto é a sua capacidade de resgatar detalhes sobre os jogos que parecem estar sendo perdidos com as novas gerações de jogos e jogadores. Sinto-me frustrado em ver jogos tão bons sendo criticados por não ter algum detalhe técnico que em nada adicionaria na qualidade do jogo. Uma das coisas que me incomoda é justamente a teimosia em querer uma representação de danos em Gran Turismo. Estou escrevendo no blog http://www.cubagames.com.br à convite de um amigo exatamente sobre estas coisas, tentando criticar a visão superficial que os jogadores hardcore tem sobre como deve ser um jogo. Um jogo é muito mais que representações de dano ou mutilações realistas.

  6. maicom said

    cadê os codigos mais quer porcari e esse site

  7. hercules said

    GT sempre foi meu jogo de corrida preferido seguido por Forza , nesta geração é o jogo que mais aguardo , quanto ao garotinho raivoso ai de cima ( Maicom ) que códigos filho ? isso aqui é um review .

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